sábado, 10 de dezembro de 2011

Ana Carolina planeja ter um filho em 2012, mas ainda não sabe como

Rio - Ana Carolina parece ter tudo o que quer. Mora numa casa dos sonhos, com vista para a Lagoa e o Cristo, tem muitos discos de ouro pendurados na parede (reflexo de uma década de sucesso), livros, instrumentos musicais e telas que ela mesma pinta — que resultaram no novíssimo disco ‘Ensaio de Cores’. Fica até difícil pensar na falta de alguma coisa quando há tanta abundância em volta. Mas, apesar disso, ela vive hoje o grande dilema de sua vida: ser ou não ser mãe?

 “Vou ter um filho agora? Vou fazer inseminação artificial? Procurar uma barriga de aluguel, uma pessoa vai gerar para mim? Sou diabética e dizem que a criança pode nascer com hipoglicemia, ir para a incubadora”, diz Ana, que se declarou bissexual em 2005 e está solteira. “Eu paro três horas do meu dia para pensar sobre ser mãe. Conversei com o meu médico. Tenho 37 anos. Daqui a pouco, vou ter que tomar uma decisão. Sofro com isso. Esse é o dilema de 2012”, revela.

Sem ninguém no momento — “não estou namorando, não, mas também não estou solta na pista” —, Ana diz que não descartaria a possibilidade de ter uma relação com um(a) fã. “Por que não? É uma loucura o assédio. É homem, mulher, tem de todos os tipos. Se não for uma pessoa fanática, acho que não tem o menor problema”, avalia.

Ana acredita que muita gente se aproxima dela por se identificar com suas músicas. “Tenho amigas que, em um primeiro momento, tiveram admiração pelo meu trabalho. Pode ser um caminho”, explica ela, que também é vítima de julgamentos pré-concebidos. “O mais difícil de ser uma pessoa conhecida é lidar com isso. Tem gente que acha que eu sou super ‘Y’ e, na verdade, eu sou super ‘X’. Às vezes, pensam que sou antipática, mas depois descobrem que sou legal. Isso que atrapalha o começo de uma relação”, argumenta a cantora.

Apesar de não se aprisionar numa bolha por causa dessas questões, Ana Carolina muitas vezes prefere ficar no aconchego de sua casa do que gastar a figura por aí. “Eu queria sair mais, ir a uma disco e ficar numa boa. Mas tem sempre alguém que aponta, que faz comentários sobre a minha roupa, o que estou bebendo. É uma vigília que não é de fã. Dá uma preguiça”, entrega ela, que adora ir à Lapa. “Vou ao Semente e ao Democráticos. É muito bom, melhor do que sair na Zona Sul”, diz.


‘NÃO TENHO INTERESSE EM ME FECHAR NUM ESTILO’
Operária da música, Ana Carolina, que costuma emendar um trabalho no outro, parece que não vai ter sossego em 2012. Ela acaba de lançar o vídeo da música ‘Problemas’, trilha da novela ‘Fina Estampa’, que está no CD ‘Ensaio de Cores’, gravado a partir do show de mesmo nome. “Queria descansar em janeiro e fevereiro. Mas um disco como esse dificilmente vai me dar sossego. Ele é muito especial para mim. Sou eu e quatro meninas no palco. Realizei a vontade de ter uma banda”, revela ela, que mostra um casal lésbico no vídeo.

Fã das experimentações, Ana Carolina confessa que, no fundo, é uma pessoa bem inquieta. “É fácil viver à sombra do sucesso. Eu poderia deitar em cima dos louros. Mas, por ter já uma estabilidade, aproveito para ousar, tentar algo de diferente”, diz ela, que não descarta mergulhar na música eletrônica, como fez Gal Costa no disco ‘Recanto’. “Eu só tenho medo de dizer que sim ou que não porque eu mudo muito. Não tenho interesse em me fechar num estilo. Se tiver a ver com a minha linguagem e eu encontrar uma forma de me expressar, eu faço. Posso lançar um CD com valsas. Só não vou colocar uma burca e começar a cantar em árabe”, diverte-se ela.

Pela primeira vez, a cantora teve coragem de expor as telas que vem pintando. “Fiz várias e estava apegada. Então, me ocorreu a ideia de ajudar a associação de diabéticos, eu também já estava com a ideia de um show na cabeça. Aí botei ‘Azul’, do Djavan, ‘Rai das Cores’, do Caetano, músicas que têm a ver com esse conceito”, conta ela, que coloca à venda, nos foyers das casas onde se apresenta, as telas projetadas no show. “Isso é fiel à minha infidelidade. Há um ano, você diria que eu lançaria um disco fazendo exposição?”



Fonte: Site O Dia